Da Calçada uma Biblioteca





Em meio ao deserto da falta de oportunidade e exclusão, surge um oásis literário.


Como se fosse um conto de fadas, um batalhão de crianças deixa voluntariamente suas televisões para fazer contas matemáticas, preencher palavras cruzadas e aprender o prazer de ler.


Crianças de todas as idades estão encontrando nas letras razões para viver. Aliás, aprendemos a rimar “ser” com “viver”, e não somente com “sobreviver”. O conhecimento nos direciona, o romance nos empurra e a poesia alimenta nossa alma.


Passar uma manhã na Biblioteca da Calçada é uma enciclopédia ao ser humano. As horas voam facilmente vislumbrando figuras de obras de arte, aprendendo história em capas de jornais antigos, garimpando clássicos e absorvendo literatura popular.


Com todos esses livros didáticos, aprendemos uma importante lição: a literatura é nossa, da comunidade, da periferia. E quer lugar mais democrático para atividades literárias que a calçada?



Emocionou-nos ouvir de uma mãe que as atividades da biblioteca estão tendo um papel decisivo na luta da filha contra a depressão.


A cada depoimento sincero e sorriso singelo, ganhamos tinta para mais cem mil edições do projeto. Somos uma coletânea pequena, orgulhosos de oferecer condições para que cada um escreva da melhor maneira suas vidas.


Fazendo tanto com tão pouco, é impossível entender a ineficiência do teatro da política.


Extra, extra! Durante vistoria de policiais fardados, foram encontradas munições literárias pesadas e drogas poéticas fortes contra os entorpecentes genocidas do sistema.


O milagre da literatura se faz presente na cidade de Cravinhos-SP, pelas páginas do projeto Cre-Ser. Isso só tem um nome no dicionário: revolução.


Leia sem moderação!

Um comentário:

  1. Boa idéia e uma grande realização.

    Na leitura descobrimos mundos dentro deste mundo, a leitura nos faz livres, ainda que em pensamento.

    Parabéns Abner.

    Foi muito importante lhe conhecer pessoalmente

    2010 noTa 10
    pra nós, nossas famílias e amigos...
    a toda essa gente nossa espalhada pelo mundo

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